segunda-feira, 27 de outubro de 2008

17ª Etapa do circuito 21' - São Manuel


No dia 19 de outubro foi realizada a 17ªetapa do circuito 21 minutos da Federação Paulista de Xadrez. O evento contou com a participação de 66 atletas e ocorreu no salão do São Manuel Tênis Clube ou como o motorista da van teimava em perguntar para os moradores da cidade:

- Onde é que fica o São Manuel Clubes Tênis?

Chegamos a já familiar cidade muito cedo, as 9:30, uma hora antes do término das inscrições. Tudo isso já contabilizado um pequeno atraso meu e mais um grande atraso do Eugenio que esqueceu do horário de verão! Enquanto aguardávamos o início do torneio os meninos (dois "muleques" novinhos, Thiago e Rafael Barberis) já faziam as típicas perguntas de jovens iniciantes do tipo: Vai ter medalha? Tocou tem que jogar? Vai ter almoço? A prefeitura vai pagar?

Perto das 11:30 saiu a lista com os participantes e o emparceiramento da primeira rodada. Encabeçando a lista estava o MF Ivan Nogueira e eu era o número 2. Segundo uma pessoa X dizia para pessoa P ao olhar a lista de participantes:

-Vê se ganha do Marcel hoje, nem é tão difícil assim.

Realmente eu tenho moral com as pessoas!

A primeira rodada foi mais ou menos tranqüila, consegui alguma vantagem e fui levando até o meu oponente cair em um golpe sujo! O mais divertido foi o confronto Eugenio Albaneze x Natalia Martins, parece que a Natália jogou muito bem a abertura mas acabou não resistindo. A surpresa ficou por conta da partida Bruno Rogani x Inara Souza, jogando em casa a Inara conseguiu vantagem, mas o Bruno conseguiu empatar.

Na segunda rodada eu consegui uma “pequena” vantagem de 3 peões mas a ganância estava do meu lado e ao tomar o quarto peão eu simplesmente perdi uma peça! Não satisfeito tomei um golpe, que nem meu adversário entendeu, mas eu ficava completamente perdido. Para a minha sorte o tempo dele caiu e eu guardei as peças rapidamente! O Eugenio, Bruno, Raíssa e Natália conseguiram vencer, já a Mayra perdeu.

Após o almoço eu ainda brigava com o frio que fazia em São Manuel quando vi que enfrentaria o enxadrista de Bariri Rodolfo Polonio. Ele jogou um ataque Keres com Bg2 e h3, eu não lembrava muito bem das linhas principais e joguei a abertura tirando as peças simplesmente, sem muitas pretensões. Eu não sabia quando e se deveria rocar e então comecei a complicar um pouco a partida consegui uma vantagem de duas peças por torre e venci a partida. Quanto ao pessoal, o Bruno venceu e o Eugenio surpreendentemente empatou e deu início a um torneio burocrático, evitando a fadiga!

Na quarta rodada eu enfrentaria o enxadrista Paulo Calixto. Ele jogou a abertura de maneira descuidada, uma Ruy Lopez sem a6, com Bc5 e permitindo o centro ideal com c3 e d4. Venci novamente! O Ivan também venceu restando apenas eu e ele com 4 em 4, enquanto Eugenio e Bruno venciam suas partidas e continuavam bem no torneio. Quanto ao pessoal todas as meninas mantinham 50% dos pontos e o bixo seguia na mesma balada.

No confronto decisivo contra o Ivan, após 1-e4,c5 2-Cf3,d6 ele jogou a linha 3.Bb5 e após 3..Bd7 ele respondeu com 4-c4. Eu não conhecia essa linha mas consegui igualar rapidamente e para minha surpresa ele ofereceu empate. Aceitei pensando em ganhar a rodada seguinte e lutar pelo título. Com nosso empate o Eugenio e o Ângelo chegaram na mesma pontuação (4,5 em 5) e os confrontos decisivos seriam Ivan x Ângelo e Marceç x Eugenio! Ao olhar meu desempate vi que levava larga vantagem, 2 pontos nos medianos e 3 nos totais, ou seja eu só precisava ter o mesmo número de pontos que o Ivan para levar o torneio.

Ao perceber que o Ivan empatou na sexta rapidamente com o Ângelo na última rodada ofereci empate pro Eugenio pois apenas uma catástrofe tiraria o título das minhas mãos. A catástrofe aconteceria se todos os enxadristas que jogaram contra o Ivan ganhassem e apenas um que eu enfrentei vencesse. Os adversários do Ivan fizeram a parte deles, todos ganharam, mas os meus também fizeram o mínimo (dois venceram) e eu terminei o torneio na frente nos desempates. Na verdade o desempate foi entre 6 pessoas que alcançaram 5 em 6.

Segue a classificação: http://www.fpx.com.br/mostranwc21.asp?c21id=133

Vale destacar a participação das meninas que conseguiram obter 50% dos pontos sendo que a Raíssa ficou em terceiro lugar no feminino e a Inara de São Manuel foi a campeã. Já o bixo fez metade dos pontos também e os novinhos fizeram menos de 50% mas está bom para o primeiro torneio.



Única foto do torneio tirada de surpresa! Inara, Marcel e o bixo meio borrado.


Creio que foi um ótimo torneio não só meu, mas de todos os enxadristas de São Carlos.

Um abraço!
Marcel Utiyama

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Jap's - Final

Saudações!


Parte final já? Sim caros amigos. Eu decidi terminar essa história de maneira abrupta porque foi dessa forma que acabou para mim! Além do mais ninguém agüenta mais ler isso aqui, então vamos logo com esse negócio.

Após os torneios de rápidas e ping nos restava a "cereja" do bolo, o pensado. Esse como eu havia explicado é o normal, por equipe mesmo, com todo mundo uniformizado com nome da equipe nas costas, um capitão por equipe, enfim aquela palhaçada toda que todos estão acostumados. Falando em uniforme, nossa equipe estava muito bem trajada, com camisetas personalizadas (quem diria):




Na primeira rodada fomos emparceirados com a equipe número 1 do torneio, Paranavaí. A escalação da nossa equipe (por ordem de tabuleiro) foi: Marcel, Leles, Douglas e Samir e o Ronaldo foi o "líbero" do dia, ficando de reserva ele não poderia atacar e usava uniforme diferente! Antes de narrar essa rodada devo dizer que nossa pretensão no pensado era a mesma das outras modalidades, apenas jogar. Esse negócio de planejar equipe, preparar abertura é tudo lenda! Lá cada um jogava pelo motivo que lhe parecia mais justo. Alguns jogavam por “cocora”, outros por diversão, uns nem jogavam e outros jogavam por jogar.

Quando eu vi que enfrentaria o Willian Yano mais uma vez eu até pedi pra ele não preparar porque eu não iria preparar nada. Ele foi bem sincero dizendo que iria preparar, mas eu não estava nem um pouco afim e fui com a cara e a coragem (pra não falar falta de juízo ou demência). O Yano, de brancas, jogou uma Alapin e após um lance que eu não tinha a menor idéia do que ele queria comecei a entortar, joguei um b6 duvidoso e fui ficando cada vez pior. Até que perto do colapso achei uns lances bons, endireitando todas as minhas peças e assumindo a iniciativa. O Yano sacrificou uma qualidade um tanto quanto duvidosamente, mas ativou as peças. E assim a partida foi transcorrendo um tanto quanto animada, com muitas peças no tabuleiro. Ao chegar ao ping eu ainda mantinha a qualidade a mais, mas as setas estavam subindo e ambos os lados cometeram erros. Ele deixou passar uma boa linha e eu deixei passar mate em 1 (isso mesmo, mate em 1). Depois de devolver a qualidade para jogar um final de dama e torre contra dama e torre com dois gordos peões a mais eu simplesmente capivarei, não vi que minha torre estava cravada, perdi a torre e logo em seguida fiz lance impossível. Esse foi o terceiro lance impossível que eu fiz no torneio, teve pra todos os gostos, em todas as modalidades. Com torre a menos e lance impossível era melhor abandonar. Papelão de novo!




Paranavaí 4 x 0 Rolândia

A tônica da minha partida narrada acima foi a que ocorreu em todas as partidas do match. O Leles estava ganho e capivarou, o meu irmão sacrificou muito bem uma peça por três peões e ataque, mas logo em seguida não achou os mais precisos e a peça a menos fez falta. Já o Samir jogou sua partida como se fosse um verdadeiro ping! Ele mesmo havia me dito que não tinha paciência pra jogar essas partidas longas. Ele ficou completamente ganho e não viu um sacrifício temático de dama em h7 seguido por Tf4 e Th4 mate. Mais tarde fiquei sabendo que um GM presente no evento perguntou para alguém:

- Como é que Rolândia conseguiu tomar pneu com os quatro tabuleiros ganhos?

É não tem resposta para isso, talvez a melhor tentativa seja a seguinte célebre frase:

“Capivara não tem garantia, nem de noite nem de dia".(Autor desconhecido se alguém souber me avise!).

Depois dessa acachapante derrota deveríamos estas tristes?
Talvez sim, mas nosso espírito não era esse, nós apenas queríamos jogar e relaxar. Eu confesso que fiquei um pouco triste pela forma como perdi, mas essa tristeza passou logo quando eu lembrei da sensação de ver Rolândia novamente disputando os Jap's e dando trabalho para as grandes equipes!

Para comprovar o espírito descontraído da equipe, assim que acabou a rodada os árbitros do torneio, em particular o Sandro Popovicz, nos convidou para um churrasco que haveria no próprio local de jogos entre árbitros e jogadores. O Samir, meu irmão e eu prontamente aceitamos, já o Ronaldo e o Leles preferiram descansar.

O churrasco foi de dar inveja, muito bem organizado! É claro que tinha bebida e por incrível que pareça tinha carne!

Mas e a vida de atleta? É, eu concordo plenamente que um atleta que se preze deve cuidar da alimentação e não beber, mas quando falamos de atletas aposentados...
A confraternização foi bem divertida, deu para rever e conversar com vários amigos e deu pra comer e beber (isso só um pouquinho hehe). Os nossos algozes de Paranavaí estavam presentes e o Samir ameaçou pegar eles na saída! Mas tudo não passava de brincadeira e todos nos divertimos juntos.


No dia seguinte pela manhã haveria mais uma rodada do pensado. Nós enfrentaríamos a equipe de Mandaguari e precisávamos nos recuperar. A nossa escalação dessa vez foi diferente, o Samir ficou de líbero e o Ronaldo entrou no tabuleiro 3. Eu não sei o porquê mas acordei com alguma dor de cabeça, sede e esses sintomas...Isso limitava meu cálculo de variantes a uns 3 ou 4 lances tendo que refazê-los toda hora. Para a minha alegria peguei um adversário que eu já havia derrotado no rápido e ele jogou uma linha que eu não sei ao certo como refutar. Eu joguei no “espírito da ressaca”, sacrificando peão em e6 para atrasar o desenvolvimento das pretas e avançando o peão h para dar mate. Felizmente meu adversário acabou em posição ruim e pendurou peça (ou torre não consigo lembrar). O Leles ganhou convincentemente jogando uma dragão (será que isso voltou a moda?) e o meu irmão empatou rapidamente em posição inferior. Já o Ronaldo perdeu um peão...dois...quando achava que não tinha mais salvação ele deu um duplo e ganhou qualidade mas mesmo assim ainda acho que ele estava perdido. Eles alcançaram um final que eu não tenho o mínimo conhecimento teórico para avaliar e eles acordaram um empate! Rolândia 3 a 1 em Mandaguari.


Mandaguari 1 x 3 Rolândia

Minha história nos abertos acabou aqui, essa foi minha última partida e logo após almoçar embarquei de volta para São Carlos onde uma prova me esperava.

A equipe rolandense continuou firme e após as rodadas restantes alcançaram a nona colocação. Infelizmente não foi o suficiente para pontuar, batemos na trave, mas esse resultado me deixou satisfeito. Foi realmente muito bom colocar Rolândia novamente no Jap's e creio que representamos bem nossa cidade.


Nono lugar!

Como considerações finais quero dizer que foi realmente divertido jogar novamente os Jap's. Eu gostaria de ter ficado até o final, mas realmente não teve como. Foi muito bom rever os "velhos" amigos e fazer novas amizades. Quero deixar um abraço a todos que estiveram nos jogos em especial esse bolo de nomes (com certeza vou esquecer alguém, mas não me levem a mal): Ronaldo, Samir, Leles, Douglas, Denise, Janaíne, Nelsinho, Sandro, Paulinho, Yano, Matheus, Salvio, Rogério, Leonardo, Crippa, Adwilhans, Nutrinho, Artur, Ciro, Kelley, Cintia, Sarah e mais um monte!). E um abraço a todos os leitores que ainda me aguentam nesse blog.
Seguem abaixo algumas fotos de uma outra confraternização, talvez celebrando a minha ausência? Haha


Ronaldo, Douglas, Sandro Popovicz, Leles






Leles, Paulinho, Jana, Juliana, Ronaldo, Ciro.

Até +!
Marcel Utiyama

domingo, 5 de outubro de 2008

Jap's - 1ª Parte

Saudações!


No Domingo dia 21/09, partimos rumo a longínqua Cascavel.

- Mas onde fica isso?

Uma amiga minha da faculdade me perguntou e eu como sempre de maneira muito educada:

- Fica no #ú do Paraná a esquerda. (Obs.: povo de Cascavel eu não tenho nada contra a cidade de vocês!)

E realmente a viagem era um pouco mais demorada do que imaginávamos, a esperança era chegar perto da hora do almoço, mas chegamos às 13:48, à 12 minutos da primeira rodada do ping.

A escalação rolandense para o ping seria a seguinte:
Tabuleiro 1: Marcel
Tabuleiro 2: Leles
Tabuleiro 3: Samir
Tabuleiro 4: Douglas

Ainda na viagem, o Samir disse:
- O Ronaldo escalou os tabuleiros em ordem de força.
Naturalmente essa provocação não ficou barata e a primeira "cocora"(coca-cola) foi apostada.

Mas não vamos perder tempo com esses detalhes fúteis né, afinal creio que os leitores não se interessam por isso...

Ganhei a primeira rodada com autoridade por W-O. Já na segunda rodada, fui parar na mesa 3 contra um "colombiano". O cara tinha 2360 e eu não saí da abertura. Após essa rodada alguém de Rolândia me perguntou para quem eu havia perdido e eu disse que tinha sido para um cara estrangeiro e achava que ele era "colombiano". O tempo foi passando, alguns falavam que ele era equatoriano, outros falavam que era chileno, até descambar para a palhaçada (hondurenho!). Alguns dias depois fiquei sabendo que ele é argentino. O fato é que ele joga bem e que eu não conseguia entender quase nada do que ele falava. A surpresa dessa rodada foi o Willian Yano derrotando o GM Jaime Sunye.

Ao olhar o emparceiramento da terceira rodada eu vi que enfrentaria exatamente o meu grande amigo Willian Yano. Confesso que não fiquei muito feliz com isso, eu vinha de derrota e meu escore contra o Yano é desfavorável. Durante a partida, a bagunça no tabuleiro foi instaurada, perto do fim, com as setas levantando, o ataque dele estava chegando, mas o meu ataque também era forte até que eu joguei um xeque com o cavalo meio que no susto e aquilo para a minha sorte era mate! A surpresa dessa rodada mais uma vez foi o Sunye perdendo...Vai entender!

Vamos acelerar um pouco essa história, eu ganhei a quarta e a quinta rodada e fui parar na mesa 1 contra o MI Disconzi. Após uma abertura jogada no meu estilo torto de ser, perdi um peão, mas com alguma compensação, e de repente ao levar um simples xeque (Db6+), joguei minha dama pra f3, fazendo lance impossível! Não que eu esperasse levar o torneio, mas aí foram as minhas chances...

Na sexta rodada consegui vencer e na última rodada enfrentaria o MF Bolivar Gonzalez (pela terceira vez no ano!). Eu levava as peças pretas, mas quem levou minhas peças rapidamente foi ele. Eu entrei em um final nada agradável de 2 torres contra torre, bispo e cavalo. No finalzinho comecei a enrolar, consegui ganhar o bispo, trocar as torres e derrubar a seta dele! Foi aí que aconteceu a coisa mais chata dos jogos, uma atitude anti desportiva por parte do Bolivar. Antes de tudo, devo ressaltar que nunca tive nenhum problema com ele até esse episódio. Assim que acusei a queda de seta, o Bolivar se levantou, eu estendi a mão para cumprimentá-lo e ele se recusou a estender a mão (??). Devo deixar bem claro que joguei totalmente limpo, foi uma enrolada eu confesso, mas foi totalmente limpa. Pode ter sido nervosismo da partida, mas de qualquer forma essa atitude não se justifica e não deve ser imitada.

Acabei então em terceiro lugar atrás do Disconzi e do portenho Barrionuevo. Segue uma foto para provar a zebra rolandense!




Infelizmente os outros integrantes da equipe não foram bem não conseguindo pontuar, ou seja, não ficaram entre os 8. E a aposta? Parece que foi o meu irmão que ficou na frente, mas será que essa cocora foi paga?!

Não poderia deixar de destacar a participação das minhas duas "sobrinhas". A Denise Kakitani ficou em terceiro lugar jogando no tabuleiro 1 e a Janaine Tonette ficou em terceiro lugar no tabuleiro 2.

Jana, Marcel e Denise.

No dia seguinte começaria o rápido às 9 da manhã! A esperança era ficar entre os 8, fazer algum pontinho pra Rolândia. Mas dessa vez a coisa foi feia, acabei fazendo 3 em 7, perdendo na penúltima rodada pro Bolivar(dessa vez com aperto de mão!). O combinado era que se eu não tivesse pelo menos 4 pontos antes da última rodada nós iríamos sair pra beber. Dito e feito combinamos com o pessoal de Campo Mourão e fomos a um bar horroroso! Nem falo pelo DVD sertanejo que rolava, mas principalmente pela demora na entrega dos pedidos. Mas tudo bem, as horas de descontração foram divertidas e a rampada que o Samir deu em uma lombada foi de cinema! Seguem algumas fotos desse dia.


Samir e Ronaldo fumam tranquilamente um Arguile.

Em primeiro plano Samir, Leles e o pessoal de CM mais ao fundo.

Só pra finalizar o rápido, no dia seguinte se eu ganhasse ficaria entre os 8. É claro que perdi! Aliás, se não me engano, todos perderam e o melhor colocado foi o Ronaldo em 11°! Que beleza!

Por enquanto é isso!
Um abraço!