quarta-feira, 23 de abril de 2008

Acertando uma dívida.

Amigos enxadristas! Essa postagem é para pagar uma dívida. Eu não escrevi nada a respeito do aberto do Brasil em São José do Rio Preto, havia até me esquecido disso, mas o sempre alerta amigo Vivaldinho (sem sacanagem mas o corretor ortográfico sugere como uma das opções veadinho, delicadinho e geladinho haha) me lembrou. Pois ai vai mais uma humilde postagem:

Mais uma vez partirmos, Eugenio e eu rumo a bela cidade de Rio Preto. Após algumas dificuldades para encontrar um hotel acabamos ficando em um bom hotel no centro da cidade, perto da rodoviária e muito longe do local de jogos. Isto fez com que nós nos aventurássemos andando de moto-táxi. Como diria aquele famoso cidadão que jogou truco apostando o que não se aposta: Loucura né! Sobrevivemos e conseguimos empurrar as pecinhas..

O torneio não contava com a participação de muitos enxadristas, mas dizem que o importante não é quantidade e sim qualidade. Pois bem, seria disputado um fechado valendo norma de MI após esse aberto,ou seja, nem preciso dizer mais nada sobre o nível..

Após vencer Laís Pimentel (irmã do Rafael Pimentel, ambos gente boa!) na primeira rodada tive de enfrentar o experiente MI Facundo Quiroga. Enquanto Eugenius empatava rapidamente com o também MI Valiente, sangue jorrava no confronto Utiyama x Quiroga. É claro, o único sangue que realmente jorrou foi o meu, até tentei ganhar sacrificando dois peões e depois peça..recuperei algo...mas ao perceber que no final de Dama e dois bispos contra minha Dama eu não teria chances tive de abandonar. Após a partida eu que achei que tinha reinventado a roda mas logo percebi que estava tudo no Fritz...pelo menos escutei um elogio do irreverente Mestre:
- Bueno atacante.

Amigos caso vocês não tenham prestado atenção, o MI Valiente foi o primeiro a tentar vencer Eugenius mas o ponto foi rachado ao meio. O placar é Eugenius 0.5 x 0.5 MIs.

Neste torneio devo agradecer as caronas e risadas proporcioandas pelos amigos de Curitiba, Anderson Dias, Acyr Calçado e Rafael Araújo.

Continuando com o xadrez, após tomar uma cacetada venci Roberto Carlos pelo celular (Marcel 2x 0 Celular) e Eugenio perdeu para o Grande Name. Logo em seguida eu perdi pra um sacríficio furado de peça e Eugenio empatou com Andrea Vidigal. Na partida seguinte venci o angolano Arnulfo e Eugenius venceu Ellen Giese. Não darei detalhes das partidas anteriores para poder enfatizar esta última rodada.

Após a penúltima rodada o assunto que rolava no carro do Anderson era o seguinte:
Acyr, Anderson, Rafael e eu todos com 3 pontos. A chance de nos enfretarmos era boa, mas maior ainda era a chance de algum de nós ser o felizardo de pegar o Eugenio que também estava com 3! Fomos ver o emparceiramento todos se estapeando para ver quem pegaria Eugenio mas...nessas horas o que fala é o rating e quem deu o maior lance foi Facundo Quiroga, 2331.

Eugenio enfrentaria o segundo MI da sua vida e levava as brancas contra a Variante Najdorf ( a mesma abertura que Quiroga jogou contra mim na segunda rodada). Após aquela pentelhação do Eugenio para eu ensinar a linha, eu resmunguei alguns lances em meio a uma lata de cerveja(daquelas grandes!). EuGenius deu uma olhadela na enciclopédia (em meio a duas latas de cerveja...daquelas grandes!) e descobriu uma linha de empate(na mesma linha que eu havia jogado). O problema seria se o Mestre mudasse a linha, então Eugenius olhou uma outra linha (e apenas uma!).

E eis que Quiroga emprega novamente a Najdorf, mas ele troca a linha e cai na preparação de UMA linha de Eugenius. Após Quiroga jogar uma aberturade maneira duvidosa, Eugenio fica melhor, jogando muito bem, plantou um cavalo em d5 ( e que cavalo!) e no final de cavalo contra bispo jogou um belo c4, e não satisfeito jogou um outro c4. O adjetivo para este segundo c4 não é uma exclamação, ou a palavra belo, é simplesmente o que o simpático mestre disse:

- Másss que c4.....!!!!!

Eugenio vence!! Ganha 20 pontos de rating e se mantem invicto contra MIs (Eugenius 1.5 x 0.5 MIs).

Espero que tenham gostado.
Um abraço!
Marcel Utiyama