terça-feira, 3 de junho de 2008

Aberto do Brasil- Varrrginha Parte 2

Continuando, porque já ouvi um termina logo a postagem de Varginha!

No segundo dia de torneio aquela mesma rotina. Acordamos, tomamos café da manhã e peregrinamos pela cidade em busca da boa e velha Cachaça de Minas! Andamos a cidade toda, caímos no fim da cidade e lá encontramos um sábio que nos mandou para o mercadão da cidade. Chegamos rapidamente e percebemos que só tinha pastel e carne naquele lugar. Voltando cabisbaixos encontramos uma loja de camisetas engraçadas e não resistimos. Comprei uma camiseta com uma piadinha bobinha fazendo uma analogia entre casamento e Game Over. Já Eugenio comprou uma bela camiseta do seu Madruga! Em uma versão um tanto quanto futurista, " O exterminador do futuro", segue a foto:


Voltamos ao hotel e mais um pouco de preparação. Eu enfrentaria uma francesa e Eugenio sabiamente me passou a linha que havia jogado contra o meu adversário no Aberto do Brasil de Rio Preto. Estava eu armado com preparação do Eugenio contra o mineiro Nataniel Mota. Já Eugenio continuava naquele de tentar estudar tudo de uma vez só, o que no frigir dos ovos significava estudar cerca de 30 minutos.

Após um belo almoço fomos ao local de jogos onde pudemos vencer nossos adversários. Enquanto isso alguns favoritos tropeçavam, Tsuboi empatava, Perdomo também, e porque não dizer, até o Name!

Minha situação não era boa e no emparceiramento peguei mais um adversário sem Fide(o quarto!). Boa chance pra fazer 3.5 em 4 mas...

Não resisti a manobra Varginha! Se tiverem paciência pra tentar entender essa manobra leia o parágrafo abaixo. Infelizmente não tem nenhum diagrama e vocês terão que montar na cabeça!(hehe)
Após uma abertura totalmente torta do meu adversário, eu consigo igualar rápido de pretas e até obter alguma vantagem. Coloco um cavalo em f5 e jogo h5 pra assegurar essa casa pra ele. Mas de repente meu adversário joga Tf3 e a única explicação que encontro é que ele quer ganhar meu peão de h5! O detalhe é que eu não estava rocado e ia rocar grande e ele já havia rocado curto e para ganhar o peão ele tem que jogar g4(é claro que ele já tinha jogado f4 e e5). Não levei muito a sério, mas ele foi em frente com a manobra Varginha. Tive que entortar minhas peças pra não perder o peão. Caiu em uma posição difícil de forçar e meu adversário pedindo empate a toda hora. Recusei rapidamente a primeira oferta... Na segunda recusei após pensar alguns minutos... Na terceira recusei após pensar um bom tempo e quase respondi:

-Não, mas não tenha receio de pedir daqui a pouco!

Na quarta oferta ao olhar pro meu tempo e minha posição começando a ficar inferior... Não resisti! Draw!

Enquanto isso Eugenio ganhava com extrema precisão um final típico da Ruy Lopez variante das trocas.

Agora uma pausa para falar de um sujeito (chamemos de Advertido A) que chamou a atenção no torneio. Tirem suas próprias conclusões sobre o rapaz. Primeiramente ele tomou advertência do árbitro antes do torneio começar! Até aí tudo bem, mas o que dizer do seguinte diálogo:

Alguém chegou pra Advertido A e perguntou:
- E ai como você foi?
- Como?
- Você ganhou?
Advertido A responde com cara de interrogação:
- O quê?

E a segunda conversa com o autor dessas linhas:
Percebo o sujeito inquieto a minha direita perto da mesa de arbitragem. E ele pergunta algo sobre algum árbitro. Eu aponto uma pra ele e percebo que ele está inquieto. Resolvo perguntar então:
- Porque? Você precisa de alguma coisa?
- Eu queria saber como faz pra conseguir rating Fide.
Rapidamente passei a bola:
- Pergunta para aquele árbitro ali que ele sabe!
Ele olha pra minha cara e pergunta (com uma cara do "Entendi”ou “Ahh te peguei!” tentem imaginar como seria essa cara haha)
- Você que é o Rodrigo Terao?!

Me contive:
-Não é um outro carinha aí.
-Ah tá é porque eu não vi ele ainda queria saber quem é.

Realmente no xadrez só tem loko!

Abraços tenho que estudar ainda! Depois eu posto a última parte!
Marcel Utiyama

Nenhum comentário: