Saudações!
Após peregrinar por minha terra natal, de onde aliás postei a parte II, estou de volta a São Carlos para retomar essa história.
Após minha tentativa frustrada de vencer a quarta rodada fui emparceirado com um jovem jogador de Curitiba. Na minha preparação (aliás, é duro preparar quando você não tem idéia do que o outro joga) resolvi revisar algumas linhas. Como não sabia o que o rapaz jogava fui no “feeling”, olhei alguma coisa na Najdorf e imaginei que poderia vir uma dragão também. Quando pensei na possibilidade de ser uma Taimanov disse pro Eugenio:
- Ah “muleque” (como todo respeito) não joga Taimanov.
Como eu disse fui totalmente baseado no meu “feeling” e é claro que o “muleque” jogou rapidamente a linha que eu por preguiça não olhei. Eugenio ao ver a Taimanov no tabuleiro não conteve a risadinha (fdp). Após conseguir alguma vantagem na abertura deixei igualar, mas ele acabou interrogando e venci. Já Eugenio estava combativo, se não me engano até declinou uma oferta de empate! Mas, não deu outra: Draw!
Já na rodada da noite eu enfrentaria o Estácio de pretas. Após um erro na abertura consegui uma vantagem que parecia muito grande, troquei duas peças por torre e 3 peões! Ao colocar no Fritz ele dá leve vantagem pras pretas. Realmente, a cada dia que passa vejo que eu não entendo nada de xadrez! Em uma posição complicada fiquei muito mal e perdi. Enquanto isso Eugenio vencia não lembro quem e fazia 4.5 em 6.
Nesta rodada mais dois enxadristas foram advertidos! Dessa vez por conversarem durante a rodada. Até aí nada demais, mas enquanto essas pequenas coisas ocorriam
O melhor da rodada ainda estava por vir...
Na mesa 3 havia um confronto interessante. Name x Tsuboi! O Name jogou seu costumeiro d4 e enfrentou uma Nimzoíndia. Tsuboi ficou melhor e ganhou um peão, mas se apurou no tempo, e naquela história de passa peça pra cá, leva pra lá, nada de progresso, apenas um apuro cada vez maior e mais pessoas ao redor da mesa. Name joga cada lance cumprindo uma espécie de ritual: joga o lance, aciona o relógio, coloca os óculos, faz uns rabiscos na súmula. Rabiscos mesmo, tentei desvendar alguns símbolos, e teve um que consegui, era um pássaro!
No calor do jogo o Name algumas vezes jogou sem anotar o que fez com que o árbitro pregasse a mão no relógio dizendo:
- Anoooota!
Um pouco mais pra frente Name chega nos 5 minutos finais e pergunta pra deleite da platéia:
- Mas agora eu posso parar?
Foto do Name para aqueles que não conhecem.
No pingão aquela beleza, Name jogando lances aleatórios e batendo peça atrapalhadamente! Uma cena inesquecível.
Mas afinal quem venceu a partida? Bom meu interesse era apenas ver o Name jogando, mas foi ele mesmo quem ganhou, a seta do Tsuboi caiu e um menino disse:
- Caiu.
E ouviu do árbitro:
-Você não pode falar nada! ...(pausa) isso serve pra você aprender....pausa....e você ta advertido.
Resposta do menino(agora advertido E eu acho) com cara de quem não está nem aí:
-Tá.
Não estou questionando a atuação do árbitro (isso é coisa pra se fazer no futebol), mas eu nunca havia visto tantas advertências! No total acho que foram 5, um recorde!
Continua..
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