terça-feira, 30 de dezembro de 2008

V Torneio São Carlos Clube

Saudações!


A V etapa do circuito de xadrez do São Carlos Clube foi realizada no dia 6/12. A data escolhida para o evento não foi muito feliz, pois há muitas formaturas nessa época, e a participação no evento foi muito abaixo da esperada. Mesmo assim, o evento contou com a participação de uma figura importantíssima do xadrez brasileiro, o tri-campeão paulista e vice-presidente do Clube de Xadrez de São Paulo, Lourenço Cordioli, que possui atualmente 93 anos sendo 70 deles jogando xadrez!

Ainda antes do torneio, o pessoal das relações públicas do São Carlos Clube fez questão de entrevistá-lo e este foi bem receptivo, entregando inclusive um livro autografado de presente para mim:



Em relação ao torneio, novamente tivemos 4 categorias: sub 10, sub 14, sub 18, absoluto. Na categoria 10 anos o jovem Gabriel Ogashawara mais uma vez venceu com facilidade (bi-campeão com 3 em 3). Eu não lembro de ter visto nenhuma partida dele, mas segundo me disseram ele chamou a atenção sem sequer abrir a boca! Tudo ocorreu no final de uma partida entre a Bruno Souza e Mayra, a qual possuía larga vantagem ( 2 torres e peça contra nada se não me engano). No apuro de tempo, ou melhor, no desespero, a Mayra jogou um lance de torre que afogava e aí entrou em cena o comentarisa mudo Gabriel! O engraçadinho pegou a torre posicionou na casa que dava mate, em seguida ele voltou a torre na casa que afogava e gesticulou negativamente sem nada falar. A reação da Mayra foi apenas:

-Gabriel saí daqui.

Ressaltando um comentário feito pelo Vivaldinho em uma postagem anterior, temos realmente muito que aprender com essas crianças!


Lourenço Cordioli entregou seu troféu pro jovem Gabriel

Na categoria sub 14, o Bruno Ogashawara foi o campeão com 4 em 4. O Lucas Parras que tinha idade para jogar essa categoria e provavelmente seria favorito foi colocado na categoria acima sem ele mesmo perceber! Mesmo assim, ele venceu o torneio com 3 em 3 sendo campeão da categoria 18 anos.

No absoluto a disputa foi mais acirrada. Lourenço Cordioli, eu e o sempre presente Nadim disputávamos o torneio.Eu venci Nadim na primeira rodada deixando-o de fora da luta pelo título. Na terceira rodada, Lourenço Cordioli e eu nos enfrentamos, sendo que eu tinha 2 pontos e ele 1,5 (empate com seu filho Luís Cordioli). A partida foi muito interessante, uma Grunfeld das trocas com o plano branco de Cf3 e Tb1 com a inclusão de h3. Eu me lembrava mais ou menos (minha preparação de abertura é sempre assim) de uma partida entre Kramnik-Kasparov, na qual ele jogava um rápido b5. Naquela indecisão de entro ou não entro na linha, me lembrei que eu não sou o Kasparov e que eu com certeza iria me perder na bagunça. Adotei um plano mais cauteloso que me colocou em uma posição igualada na qual eu poderia jogar de maneira padrão e tentar pressioná-lo no tempo. Foi exatamente isso que aconteceu, o Lourenço alcançou uma posição melhor mas gastou muito tempo para isso. Então ele me propôs empate e eu prontamente aceitei. Na rodada seguinte eu venci o Luis Cordiolli e acabei meio ponto a frente do forte jogador de 93 anos de idade! Segue abaixo a classificação da categoria absoluto:




Como último fato engraçado desse torneio, o Lucas bixo, pensando que eu e o Lourenço havíamos alcançado o mesmo número de pontos, me perguntou na saída do clube: - Marcel, você ficou na frente do Lourenço porque foi ele que pediu empate né? Após ter sorteado o critério "Mil total" nos jogos regionais não é de surpreender uma pergunta dessa! Apesar de seus problemas com os critérios de desempate, ele facilitou pros adversários no tabuleiro



Wesley x Lucas Parras (bixo)

Como considerações finais, quero ressaltar que a parceria da Associação dos Enxadristas de São Carlos com o São Carlos Clube está sendo muito positiva. Conseguimos movimentar o xadrez da cidade e esperamos movimentar ainda mais no ano que vem. Gostaria de agradecer a todo o pessoal do São Carlos Clube, em especial ao Nadim e a Egle, que são os principais responsáveis pelo sucesso obtido. Agradeço a todos que participaram dos torneios e espero contar com vocês no ano que vem.


Nadim, Luis e Lourenço Cordioli, Marcel e Egle.

Abraços!
Marcel Utiyama

domingo, 30 de novembro de 2008

Um pouco de tudo ou nada de nada?!

Saudações!


Eis uma postagem que diz um pouco de tudo, mas não diz nada de nada! Infelizmente não participamos de nenhum torneio recentemente, e por isso não enfocarei nada em específico mas falarei um pouco de tudo ou, se preferirem, nada de nada.

Primeiramente, como a maioria com certeza já sabe, o Anand derrotou o desafiante Kramnik e manteve o título. Eu acompanhei as partidas, elas são muito interessantes, mas não me atreverei a comentar nada afinal no site www.chessbase.com é possível ver as partidas comentadas pelo GM Aronian. Só destacarei um pouco o aspecto psicológico do match, pois foi foi isso que mais chamou a minha atenção. O Anand se preparou muito bem para o match e em minha opinião deu um verdadeiro nó psicológico no Kramnik. Ao jogar d4, ao invés de e4 como todos esperavam, Anand colocou Kramnik em uma posição desconfortável. Outra escolha interessante foi jogar linhas bem agudas de pretas. Em resumo, foi um baile do Anand que merecidamente conservou o título de Campeão Mundial.


Kramnik resigna mais uma vez!


Agora vamos a algo mais tangível...

Há poucas semanas foram disputados os Jogos Abertos do Interior. O evento transcorreu na cidade de Piracicaba onde há 2 anos fomos campeões dos Jogos Regionais!

Pela primeira vez, desde 2005, disputamos os Abertos. Diversos fatores somaram para que não pudéssemos representar São Carlos, sendo que os principais foram: o fato de as equipes estarem muito desfalcadas e a opção da prefeitura por levar aos jogos apenas as modalidades que foram campeãs dos regionais.

Não contarei o que ocorreu nos jogos porque não estive lá, mas assim como ocorreu nos regionais, a nova regra com primeira e segunda divisão descaracterizou os jogos. Vou apenas destacar o desempenho da equipe do Bruno Rogani que terminou em terceiro lugar na segunda divisão do sub 21e da equipe dos nossos amigos de Matão que obtiveram um quarto lugar, que apesar de estranho para eles (afinal eles sempre lutam pelo título), foi honroso afinal os desfalques eram muitos: Frare, Jaiminho e Felipe!

E falando no Felipe...

Nosso amigo representou o Brasil nas olimpíadas que transcorreram em Dresden na Alemanha. O torneio é disputado em equipes e o Brasil foi representado por: GM Jaime Darcy Lima, GM Jaime Sunye, MF Felipe El Debs, MI Cícero Braga e MI André Diamant. O Felipe jogou 10 das 11 rodadas e teve um desempenho excelente fazendo 8 pontos em 10 possíveis (+8,=0,-2). Ele chegou a atingir um rating performance de 3009(!) e se tornou o segundo melhor performance do torneio a frente de todos os tops! Infelizmente ele perdeu duas partidas em seguida e caiu um pouco o performance mas 8 em 10 é excepcional e foi de longe o melhor representante do Brasil. Sobre as impressões do torneio, fatos curiosos, isso eu creio que será descrito no blog do amigo Vivaldinho.

E ele ri à toa! Pela performance nada de ursos!! haha


Já aqui por São Carlos, os treinos continuam normalmente, os jovens jogadores estão evoluindo bastante e no feminino, enquanto algumas fazem vestibular ( Ana Laura e Gretta) outras fazem 15 anos (já ou ainda?!). Parabéns Raíssa! Na verdada o aniversário dela ainda não foi (dia de dezembro), mas a festa já foi! Nela além da família e amigos, estava presente boa parte da equipe de Xadrez. Eu e Eugenio como os velhos da festa experimentávamos todas as bebidas do bar até acabar na boa e velha Brahma! Creio que a festa foi bem divertida e em nenhum momento falamos sobre xadrez! É sério! Entre os fatos divertidos e que se destacaram da festa...

O número 1 foi o tombo do Bruno Ogashawara que na luta para salvar um salgadinho que estava caindo, acabou por cair e na tentativa de segurar em algo bateu a mão em uma bandeja cheia de salgadinhos! Ou seja, não salvou o que ele queria, derrubou um monte no chão e ainda ficou literalmente de bunda no chão! Papelão!

O número 1,81 foi uma menina na festa que tinha apenas 1,81 de altura aos 14 anos!


O número 2 foi na volta da festa quando Bruno Rogani, Eugenio e eu voltávamos a pé ( pra quem conhece São Carlos é a distância do Sesc à Xusp). Andamos um bom tanto até percebermos que seguíamos no sentido errado! Aliás, foi eu quem percebeu já naquele estágio levemente alcoolizado.



O número 3 foi a insistência que tivemos em fazer o Gabriel Ogashawara dançar a dança do Créu mas infelizmente não obtivemos êxito. Agora o desafio é fazer o bixo Lucas Parras dançar a dança "ÊÊÊÊÊ Macarena".

O número 4 foi a nossa ignorância após pegarmos as lembrancinhas do aniversário. Afinal aquilo lá é de comer ou não? Enquanto eu preferia guardar, afinal a palavra lembrança era muito clara para mim, o Eugenio não deu mole pra lembrancinha e comeu! Após eu encher muito o saco dele por ele ter comido parafina e cera, fiquei sabendo pela Raíssa que era comestível! A parafina era comestível e a "cera" é algo de leite ninho! Esses japoneses viu!

Essa foi no começo da festa! Vai saber pra onde eu olhava!


É isso abraços a todos!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

IV Torneio São Carlos Clube

Saudações!

Foi realizado no dia 25/10 o III torneio do São Carlos Clube. Desta vez, decidimos dividir por categorias: sub 10, sub 14, sub 18 e absoluto.

Na categoria sub 10, o jovem Gabriel Ogashawara reinou absoluto. Fez 5 em 5 com direito a vitória sobre os irmãos Barberis (os novinhos da história anterior). Como se não bastasse a acachapante vitória, o jovem mostrou a forte personalidade nesse pequeno diálogo:

- Aceita empate - jovem sub 10
- Nem a pau! – Gabriel

Obs: Não estou incentivando esse tipo de atitude, mas que é engraçado é!

Já na categoria sub 14 o equílibrio foi maior e o Lucas Parras, também conhecido por bixo, sagrou-se campeão, derrotando no confronto direto mais um representante da família Ogashawara, o Bruno, que ficou em segundo lugar.

Na categoria sub 18 a Raíssa Ogashawara (quantos Ogashawara né?!) passeou vencendo facilmente todos os seus oponentes e olha que ela tem apenas 14 anos...

Na categoria absoluto eu fui o vencedor e não poderia ser diferente. Quais são as chances de alguém perder jogando em casa, com a torcida a “favor” e principalmente sendo o árbitro do torneio?! No confronto decisivo contra o Eugenio (que já havia vencido o Bruno Rogani e o meu chefe Nadim), joguei de brancas contra uma Scheveningen e escolhi a linha com f4 rápido, que era a linha que o Eugenio costumava usar contra mim em pings. Escolha psicológica? Eu sei lá o que é isso, minha intenção era apenas sair da teoria em algum momento e tentar enrolar. Acabou dando certo!


Na última rodada o Bruno pediu empate antes mesmo da partida começar e eu respondi sem pensar:

-Não!
Depois de uns 4 lances eu pensei melhor, porquê não?!

-Sim.

Seguem algumas fotos do evento:


Absoluto: Egle, Ulisses, Mayra, Bruno, Nadim, Eugenio, Marcel.
Sub 18: não lembro o nome de todo mundo, Raíssa campeã!

Sub 14: Lucas campeão! Bruno vice!
Sub 10: Gabriel campeão! O primeiro japinha a esquerda!


Minha paciência para escrever está cada vez menor, então...é isso!

Um abraço a todos!
Marcel Utiyama!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

17ª Etapa do circuito 21' - São Manuel


No dia 19 de outubro foi realizada a 17ªetapa do circuito 21 minutos da Federação Paulista de Xadrez. O evento contou com a participação de 66 atletas e ocorreu no salão do São Manuel Tênis Clube ou como o motorista da van teimava em perguntar para os moradores da cidade:

- Onde é que fica o São Manuel Clubes Tênis?

Chegamos a já familiar cidade muito cedo, as 9:30, uma hora antes do término das inscrições. Tudo isso já contabilizado um pequeno atraso meu e mais um grande atraso do Eugenio que esqueceu do horário de verão! Enquanto aguardávamos o início do torneio os meninos (dois "muleques" novinhos, Thiago e Rafael Barberis) já faziam as típicas perguntas de jovens iniciantes do tipo: Vai ter medalha? Tocou tem que jogar? Vai ter almoço? A prefeitura vai pagar?

Perto das 11:30 saiu a lista com os participantes e o emparceiramento da primeira rodada. Encabeçando a lista estava o MF Ivan Nogueira e eu era o número 2. Segundo uma pessoa X dizia para pessoa P ao olhar a lista de participantes:

-Vê se ganha do Marcel hoje, nem é tão difícil assim.

Realmente eu tenho moral com as pessoas!

A primeira rodada foi mais ou menos tranqüila, consegui alguma vantagem e fui levando até o meu oponente cair em um golpe sujo! O mais divertido foi o confronto Eugenio Albaneze x Natalia Martins, parece que a Natália jogou muito bem a abertura mas acabou não resistindo. A surpresa ficou por conta da partida Bruno Rogani x Inara Souza, jogando em casa a Inara conseguiu vantagem, mas o Bruno conseguiu empatar.

Na segunda rodada eu consegui uma “pequena” vantagem de 3 peões mas a ganância estava do meu lado e ao tomar o quarto peão eu simplesmente perdi uma peça! Não satisfeito tomei um golpe, que nem meu adversário entendeu, mas eu ficava completamente perdido. Para a minha sorte o tempo dele caiu e eu guardei as peças rapidamente! O Eugenio, Bruno, Raíssa e Natália conseguiram vencer, já a Mayra perdeu.

Após o almoço eu ainda brigava com o frio que fazia em São Manuel quando vi que enfrentaria o enxadrista de Bariri Rodolfo Polonio. Ele jogou um ataque Keres com Bg2 e h3, eu não lembrava muito bem das linhas principais e joguei a abertura tirando as peças simplesmente, sem muitas pretensões. Eu não sabia quando e se deveria rocar e então comecei a complicar um pouco a partida consegui uma vantagem de duas peças por torre e venci a partida. Quanto ao pessoal, o Bruno venceu e o Eugenio surpreendentemente empatou e deu início a um torneio burocrático, evitando a fadiga!

Na quarta rodada eu enfrentaria o enxadrista Paulo Calixto. Ele jogou a abertura de maneira descuidada, uma Ruy Lopez sem a6, com Bc5 e permitindo o centro ideal com c3 e d4. Venci novamente! O Ivan também venceu restando apenas eu e ele com 4 em 4, enquanto Eugenio e Bruno venciam suas partidas e continuavam bem no torneio. Quanto ao pessoal todas as meninas mantinham 50% dos pontos e o bixo seguia na mesma balada.

No confronto decisivo contra o Ivan, após 1-e4,c5 2-Cf3,d6 ele jogou a linha 3.Bb5 e após 3..Bd7 ele respondeu com 4-c4. Eu não conhecia essa linha mas consegui igualar rapidamente e para minha surpresa ele ofereceu empate. Aceitei pensando em ganhar a rodada seguinte e lutar pelo título. Com nosso empate o Eugenio e o Ângelo chegaram na mesma pontuação (4,5 em 5) e os confrontos decisivos seriam Ivan x Ângelo e Marceç x Eugenio! Ao olhar meu desempate vi que levava larga vantagem, 2 pontos nos medianos e 3 nos totais, ou seja eu só precisava ter o mesmo número de pontos que o Ivan para levar o torneio.

Ao perceber que o Ivan empatou na sexta rapidamente com o Ângelo na última rodada ofereci empate pro Eugenio pois apenas uma catástrofe tiraria o título das minhas mãos. A catástrofe aconteceria se todos os enxadristas que jogaram contra o Ivan ganhassem e apenas um que eu enfrentei vencesse. Os adversários do Ivan fizeram a parte deles, todos ganharam, mas os meus também fizeram o mínimo (dois venceram) e eu terminei o torneio na frente nos desempates. Na verdade o desempate foi entre 6 pessoas que alcançaram 5 em 6.

Segue a classificação: http://www.fpx.com.br/mostranwc21.asp?c21id=133

Vale destacar a participação das meninas que conseguiram obter 50% dos pontos sendo que a Raíssa ficou em terceiro lugar no feminino e a Inara de São Manuel foi a campeã. Já o bixo fez metade dos pontos também e os novinhos fizeram menos de 50% mas está bom para o primeiro torneio.



Única foto do torneio tirada de surpresa! Inara, Marcel e o bixo meio borrado.


Creio que foi um ótimo torneio não só meu, mas de todos os enxadristas de São Carlos.

Um abraço!
Marcel Utiyama

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Jap's - Final

Saudações!


Parte final já? Sim caros amigos. Eu decidi terminar essa história de maneira abrupta porque foi dessa forma que acabou para mim! Além do mais ninguém agüenta mais ler isso aqui, então vamos logo com esse negócio.

Após os torneios de rápidas e ping nos restava a "cereja" do bolo, o pensado. Esse como eu havia explicado é o normal, por equipe mesmo, com todo mundo uniformizado com nome da equipe nas costas, um capitão por equipe, enfim aquela palhaçada toda que todos estão acostumados. Falando em uniforme, nossa equipe estava muito bem trajada, com camisetas personalizadas (quem diria):




Na primeira rodada fomos emparceirados com a equipe número 1 do torneio, Paranavaí. A escalação da nossa equipe (por ordem de tabuleiro) foi: Marcel, Leles, Douglas e Samir e o Ronaldo foi o "líbero" do dia, ficando de reserva ele não poderia atacar e usava uniforme diferente! Antes de narrar essa rodada devo dizer que nossa pretensão no pensado era a mesma das outras modalidades, apenas jogar. Esse negócio de planejar equipe, preparar abertura é tudo lenda! Lá cada um jogava pelo motivo que lhe parecia mais justo. Alguns jogavam por “cocora”, outros por diversão, uns nem jogavam e outros jogavam por jogar.

Quando eu vi que enfrentaria o Willian Yano mais uma vez eu até pedi pra ele não preparar porque eu não iria preparar nada. Ele foi bem sincero dizendo que iria preparar, mas eu não estava nem um pouco afim e fui com a cara e a coragem (pra não falar falta de juízo ou demência). O Yano, de brancas, jogou uma Alapin e após um lance que eu não tinha a menor idéia do que ele queria comecei a entortar, joguei um b6 duvidoso e fui ficando cada vez pior. Até que perto do colapso achei uns lances bons, endireitando todas as minhas peças e assumindo a iniciativa. O Yano sacrificou uma qualidade um tanto quanto duvidosamente, mas ativou as peças. E assim a partida foi transcorrendo um tanto quanto animada, com muitas peças no tabuleiro. Ao chegar ao ping eu ainda mantinha a qualidade a mais, mas as setas estavam subindo e ambos os lados cometeram erros. Ele deixou passar uma boa linha e eu deixei passar mate em 1 (isso mesmo, mate em 1). Depois de devolver a qualidade para jogar um final de dama e torre contra dama e torre com dois gordos peões a mais eu simplesmente capivarei, não vi que minha torre estava cravada, perdi a torre e logo em seguida fiz lance impossível. Esse foi o terceiro lance impossível que eu fiz no torneio, teve pra todos os gostos, em todas as modalidades. Com torre a menos e lance impossível era melhor abandonar. Papelão de novo!




Paranavaí 4 x 0 Rolândia

A tônica da minha partida narrada acima foi a que ocorreu em todas as partidas do match. O Leles estava ganho e capivarou, o meu irmão sacrificou muito bem uma peça por três peões e ataque, mas logo em seguida não achou os mais precisos e a peça a menos fez falta. Já o Samir jogou sua partida como se fosse um verdadeiro ping! Ele mesmo havia me dito que não tinha paciência pra jogar essas partidas longas. Ele ficou completamente ganho e não viu um sacrifício temático de dama em h7 seguido por Tf4 e Th4 mate. Mais tarde fiquei sabendo que um GM presente no evento perguntou para alguém:

- Como é que Rolândia conseguiu tomar pneu com os quatro tabuleiros ganhos?

É não tem resposta para isso, talvez a melhor tentativa seja a seguinte célebre frase:

“Capivara não tem garantia, nem de noite nem de dia".(Autor desconhecido se alguém souber me avise!).

Depois dessa acachapante derrota deveríamos estas tristes?
Talvez sim, mas nosso espírito não era esse, nós apenas queríamos jogar e relaxar. Eu confesso que fiquei um pouco triste pela forma como perdi, mas essa tristeza passou logo quando eu lembrei da sensação de ver Rolândia novamente disputando os Jap's e dando trabalho para as grandes equipes!

Para comprovar o espírito descontraído da equipe, assim que acabou a rodada os árbitros do torneio, em particular o Sandro Popovicz, nos convidou para um churrasco que haveria no próprio local de jogos entre árbitros e jogadores. O Samir, meu irmão e eu prontamente aceitamos, já o Ronaldo e o Leles preferiram descansar.

O churrasco foi de dar inveja, muito bem organizado! É claro que tinha bebida e por incrível que pareça tinha carne!

Mas e a vida de atleta? É, eu concordo plenamente que um atleta que se preze deve cuidar da alimentação e não beber, mas quando falamos de atletas aposentados...
A confraternização foi bem divertida, deu para rever e conversar com vários amigos e deu pra comer e beber (isso só um pouquinho hehe). Os nossos algozes de Paranavaí estavam presentes e o Samir ameaçou pegar eles na saída! Mas tudo não passava de brincadeira e todos nos divertimos juntos.


No dia seguinte pela manhã haveria mais uma rodada do pensado. Nós enfrentaríamos a equipe de Mandaguari e precisávamos nos recuperar. A nossa escalação dessa vez foi diferente, o Samir ficou de líbero e o Ronaldo entrou no tabuleiro 3. Eu não sei o porquê mas acordei com alguma dor de cabeça, sede e esses sintomas...Isso limitava meu cálculo de variantes a uns 3 ou 4 lances tendo que refazê-los toda hora. Para a minha alegria peguei um adversário que eu já havia derrotado no rápido e ele jogou uma linha que eu não sei ao certo como refutar. Eu joguei no “espírito da ressaca”, sacrificando peão em e6 para atrasar o desenvolvimento das pretas e avançando o peão h para dar mate. Felizmente meu adversário acabou em posição ruim e pendurou peça (ou torre não consigo lembrar). O Leles ganhou convincentemente jogando uma dragão (será que isso voltou a moda?) e o meu irmão empatou rapidamente em posição inferior. Já o Ronaldo perdeu um peão...dois...quando achava que não tinha mais salvação ele deu um duplo e ganhou qualidade mas mesmo assim ainda acho que ele estava perdido. Eles alcançaram um final que eu não tenho o mínimo conhecimento teórico para avaliar e eles acordaram um empate! Rolândia 3 a 1 em Mandaguari.


Mandaguari 1 x 3 Rolândia

Minha história nos abertos acabou aqui, essa foi minha última partida e logo após almoçar embarquei de volta para São Carlos onde uma prova me esperava.

A equipe rolandense continuou firme e após as rodadas restantes alcançaram a nona colocação. Infelizmente não foi o suficiente para pontuar, batemos na trave, mas esse resultado me deixou satisfeito. Foi realmente muito bom colocar Rolândia novamente no Jap's e creio que representamos bem nossa cidade.


Nono lugar!

Como considerações finais quero dizer que foi realmente divertido jogar novamente os Jap's. Eu gostaria de ter ficado até o final, mas realmente não teve como. Foi muito bom rever os "velhos" amigos e fazer novas amizades. Quero deixar um abraço a todos que estiveram nos jogos em especial esse bolo de nomes (com certeza vou esquecer alguém, mas não me levem a mal): Ronaldo, Samir, Leles, Douglas, Denise, Janaíne, Nelsinho, Sandro, Paulinho, Yano, Matheus, Salvio, Rogério, Leonardo, Crippa, Adwilhans, Nutrinho, Artur, Ciro, Kelley, Cintia, Sarah e mais um monte!). E um abraço a todos os leitores que ainda me aguentam nesse blog.
Seguem abaixo algumas fotos de uma outra confraternização, talvez celebrando a minha ausência? Haha


Ronaldo, Douglas, Sandro Popovicz, Leles






Leles, Paulinho, Jana, Juliana, Ronaldo, Ciro.

Até +!
Marcel Utiyama

domingo, 5 de outubro de 2008

Jap's - 1ª Parte

Saudações!


No Domingo dia 21/09, partimos rumo a longínqua Cascavel.

- Mas onde fica isso?

Uma amiga minha da faculdade me perguntou e eu como sempre de maneira muito educada:

- Fica no #ú do Paraná a esquerda. (Obs.: povo de Cascavel eu não tenho nada contra a cidade de vocês!)

E realmente a viagem era um pouco mais demorada do que imaginávamos, a esperança era chegar perto da hora do almoço, mas chegamos às 13:48, à 12 minutos da primeira rodada do ping.

A escalação rolandense para o ping seria a seguinte:
Tabuleiro 1: Marcel
Tabuleiro 2: Leles
Tabuleiro 3: Samir
Tabuleiro 4: Douglas

Ainda na viagem, o Samir disse:
- O Ronaldo escalou os tabuleiros em ordem de força.
Naturalmente essa provocação não ficou barata e a primeira "cocora"(coca-cola) foi apostada.

Mas não vamos perder tempo com esses detalhes fúteis né, afinal creio que os leitores não se interessam por isso...

Ganhei a primeira rodada com autoridade por W-O. Já na segunda rodada, fui parar na mesa 3 contra um "colombiano". O cara tinha 2360 e eu não saí da abertura. Após essa rodada alguém de Rolândia me perguntou para quem eu havia perdido e eu disse que tinha sido para um cara estrangeiro e achava que ele era "colombiano". O tempo foi passando, alguns falavam que ele era equatoriano, outros falavam que era chileno, até descambar para a palhaçada (hondurenho!). Alguns dias depois fiquei sabendo que ele é argentino. O fato é que ele joga bem e que eu não conseguia entender quase nada do que ele falava. A surpresa dessa rodada foi o Willian Yano derrotando o GM Jaime Sunye.

Ao olhar o emparceiramento da terceira rodada eu vi que enfrentaria exatamente o meu grande amigo Willian Yano. Confesso que não fiquei muito feliz com isso, eu vinha de derrota e meu escore contra o Yano é desfavorável. Durante a partida, a bagunça no tabuleiro foi instaurada, perto do fim, com as setas levantando, o ataque dele estava chegando, mas o meu ataque também era forte até que eu joguei um xeque com o cavalo meio que no susto e aquilo para a minha sorte era mate! A surpresa dessa rodada mais uma vez foi o Sunye perdendo...Vai entender!

Vamos acelerar um pouco essa história, eu ganhei a quarta e a quinta rodada e fui parar na mesa 1 contra o MI Disconzi. Após uma abertura jogada no meu estilo torto de ser, perdi um peão, mas com alguma compensação, e de repente ao levar um simples xeque (Db6+), joguei minha dama pra f3, fazendo lance impossível! Não que eu esperasse levar o torneio, mas aí foram as minhas chances...

Na sexta rodada consegui vencer e na última rodada enfrentaria o MF Bolivar Gonzalez (pela terceira vez no ano!). Eu levava as peças pretas, mas quem levou minhas peças rapidamente foi ele. Eu entrei em um final nada agradável de 2 torres contra torre, bispo e cavalo. No finalzinho comecei a enrolar, consegui ganhar o bispo, trocar as torres e derrubar a seta dele! Foi aí que aconteceu a coisa mais chata dos jogos, uma atitude anti desportiva por parte do Bolivar. Antes de tudo, devo ressaltar que nunca tive nenhum problema com ele até esse episódio. Assim que acusei a queda de seta, o Bolivar se levantou, eu estendi a mão para cumprimentá-lo e ele se recusou a estender a mão (??). Devo deixar bem claro que joguei totalmente limpo, foi uma enrolada eu confesso, mas foi totalmente limpa. Pode ter sido nervosismo da partida, mas de qualquer forma essa atitude não se justifica e não deve ser imitada.

Acabei então em terceiro lugar atrás do Disconzi e do portenho Barrionuevo. Segue uma foto para provar a zebra rolandense!




Infelizmente os outros integrantes da equipe não foram bem não conseguindo pontuar, ou seja, não ficaram entre os 8. E a aposta? Parece que foi o meu irmão que ficou na frente, mas será que essa cocora foi paga?!

Não poderia deixar de destacar a participação das minhas duas "sobrinhas". A Denise Kakitani ficou em terceiro lugar jogando no tabuleiro 1 e a Janaine Tonette ficou em terceiro lugar no tabuleiro 2.

Jana, Marcel e Denise.

No dia seguinte começaria o rápido às 9 da manhã! A esperança era ficar entre os 8, fazer algum pontinho pra Rolândia. Mas dessa vez a coisa foi feia, acabei fazendo 3 em 7, perdendo na penúltima rodada pro Bolivar(dessa vez com aperto de mão!). O combinado era que se eu não tivesse pelo menos 4 pontos antes da última rodada nós iríamos sair pra beber. Dito e feito combinamos com o pessoal de Campo Mourão e fomos a um bar horroroso! Nem falo pelo DVD sertanejo que rolava, mas principalmente pela demora na entrega dos pedidos. Mas tudo bem, as horas de descontração foram divertidas e a rampada que o Samir deu em uma lombada foi de cinema! Seguem algumas fotos desse dia.


Samir e Ronaldo fumam tranquilamente um Arguile.

Em primeiro plano Samir, Leles e o pessoal de CM mais ao fundo.

Só pra finalizar o rápido, no dia seguinte se eu ganhasse ficaria entre os 8. É claro que perdi! Aliás, se não me engano, todos perderam e o melhor colocado foi o Ronaldo em 11°! Que beleza!

Por enquanto é isso!
Um abraço!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Pré-Jap's

Saudações!

Antes de começar mais uma longa cobertura do que se passou nos Jogos Abertos do Paraná (Jap's), quero contar alguns acontecimentos que antecederam a participação rolandense no evento, tecer alguns esclarecimentos a respeito deste torneio e apresentar rapidamente nossa equipe.



Um dia antes do torneio, cheguei a minha terra natal Rolândia. Antes que comecem as piadinhas:

  • 1- O nome é uma homenagem ao pioneiro da cidade Roland.
  • 2-Quem nasce em Rolândia é rolandense e não é terra da $%la porcaria nenhuma #$%&ho. (obs.: vamos manter o nível por aqui, nada de palavrões!)


O que fazer então na pacífica cidade? Rever família, amigos e jogar xadrez claro! Meu irmão e nos encontrarmos com as irmãs Iara Santana e Luana Santana, que estavam visitando uma tia. Todos nós costumávamos treinar junto há mais de 10 anos atrás e a Iara foi a que mais deu certo, chegando a representar o Brasil nas Olimpiadas. Seguem algumas fotos do encontro:



Marcel, Iara e Douglas.

Iara, Luana e sua filhinha.

O que deu nas partidas? Bem, xadrez é meio secundário nesses momentos saudosistas certo? Foi realmente um enorme prazer reencontrar as duas irmãs e relembrar os velhos tempos!

Vamos a alguns esclarecimentos:
O que torna esse torneio diferente dos Jogos Abertos de São Paulo, por exemplo?
A principal diferença é que são disputadas diversas modalidades: relâmpago, rápido e convencional. No relâmpago e rápido são 4 jogadores por cidade, sendo que cada um é inscrito em um tabuleiro (1, 2, 3 e 4). Na verdade cada tabuleiro é um torneio separado e no final cada jogador obtêm uma pontuação para a equipe. Já o convencional é bem parecido, são 4 tabuleiros e joga em equipe mesmo, a diferença está no número de jogadores por equipe (apenas 6) e a pontuação que é pontos por tabuleiro.

Como já deu para perceber é uma verdadeira maratona:
7 partidas relâmpago + 7 partidas rápidas + 7 partidas pensadas= 21!

Cansativo mas divertido!

Nossa equipe contava com apenas 5 jogadores sendo que eu não pude ficar até o fim do torneio em virtude de uma prova de Processamento de Materiais Metálicos(!). Segue abaixo foto da equipe:



Da esquerda para a direita: Leles, Ronaldo, Marcel, Douglas, Samir (o líbero do dia).

Pensei em muitas coisas que poderia escrever sobre cada um mas acho que apresentações sucintas são mais eficientes:

Ronaldo Borges: técnico da equipe, alguns dizem que ele se parece com o Homer Simpson . Nível de jogo: capivara!

Leles: o médico da equipe, um verdadeiro palhaço! Nível de jogo: capivara!

Samir: o turco da equipe, joga xadrez valendo " Cocora"(coca cola). Nível de jogo: capivara!

Douglas: o administrador da equipe, apreciador de piadas sem graça. Nível de jogo: capivara!

Marcel: esse sou eu, já fui o "confiança" da equipe, mas atualmente... Nível de jogo: capivara!

Algumas fotos para ilustrar todo o estilo da equipe:



Por enquanto é isso pessoal, em breve postarei o que se passou nos Jap's.
Um abraço!
Marcel Utiyama

III Torneio do São Carlos Clube

Saudações!
Devo várias postagens e não nego! E ai vai parte da minha dívida.

No dia 23 de agosto foi realizado o III Torneio do São Carlos Clube. Eu infelizmente não pude comparecer, pois estava no Torneio da Amizade. Sobrou para o Eugenio arbitrar o torneio. Ele não só fez isso como também jogou o torneio. Segue abaixo a classificação:


Standings

Place Name                    Feder Rtg  Loc Score M-Buch. Buch. Progr.

1 Bruno Rogani, 1975 4 3.5 7.0 10.0
2-5 Nathalia Martins, 1800 3 4.5 10.5 8.0
José Arildo Gobbo Jr, 3 4.5 9.5 8.0
Mayra Campos, 1800 3 3.0 6.5 6.0
Sandro Ferreira, 3 2.0 4.5 6.0
6-7 Bruno Akira, 2.5 5.5 10.5 7.5
Eugenio Albaneze, 2093 2.5 5.5 9.5 7.5
8-12 Thiago Santucci, 2 5.0 10.0 6.0
Lucas Parras, 1800 2 4.5 8.0 5.0
Rafael Santucci, 2 4.0 7.5 5.0
João Carlos de Mattos, 2 4.0 7.0 4.0
Gabriel Hideki, 2 2.5 5.0 3.0
13 Érica Gushekee, 1.5 5.0 8.0 2.5
14-18 Caio Orlando, 1 5.0 9.5 4.0
Hendrik Marques, 1 4.0 10.0 1.0
Sandro Ferreira Jr, 1 4.0 8.0 3.0
Teodoro Italiano, 1 4.0 8.0 2.0
Enzo Italiano, 1 4.0 6.0 2.0
19 Gustavo Orlando, 0 3.5 7.5 0.0

Alguns comentários:



Primeiramente cadê o Eugenio?

Pois é, ele teve uma atuação estranha e ficou em 7° com direito a empate com peça a menos com o futuro bixo Bruno Akira.

Já o Bruno Rogani sobrou no torneio, fazendo 4 em 4, com direito a vitória sobre o Eugenio. No feminino destaque para a Natália e a Mayra que obtiveram o mesmo número de pontos.

Obs.: Desculpem-me pela falta de detalhes e fotos do evento, eu infelizmente não estava presente.

domingo, 14 de setembro de 2008

Torneio da amizade: "Inocentes Lances"

Saudações!


Um tanto quanto contrariado, postarei o final do torneio, falando das 5 rodadas que faltam. Isso será feito em uma única postagem por um simples motivo, nas últimas partidas eu mostrei todo o meu "talento" jogando lances horrorosos. O título "Inocentes Lances" é uma síntese de um monte de "capivaradas", com erros estratégicos incompreensíveis, partidas jogadas "ao toque" e uma falta de concentração absurda, que fizeram com que meu desempenho fosse de 2 em 5 nas rodadas finais.

Após meu aniversário, eu voltei à atenção à minha partida contra o Fabiano Prates. Em uma rápida olhada pelo chessbase, vi que ele não abria a siciliana de brancas, preferindo "esquemas" não muito usuais como 2- Ca3, por exemplo. Dei uma olhada nessas linhas estranhas e fui pro jogo. Eu consegui alcançar a igualdade rapidamente na abertura, mas em um determinado momento eu não sabia o que fazer com minhas peças. Fiquei levemente inferior, mas fui segurando como pude até que no ping comecei a pendurar tudo. Mais uma derrota, a segunda no torneio, mas apesar dos nada animadores 2,5 em 5 eu ainda me mantinha animado.

Para a partida seguinte eu enfrentaria um senhor, Severiano Atanes Neto. Na minha preparação contra sua siciliana Najdorf, vi que ele jogava um lance duvidoso e que o Fritz já achava uma linha de ganho de 2 pontos para as brancas! Eu rapidamente joguei os lances da abertura e pra minha felicidade ele repetiu o duvidoso. Consegui uma qualidade e peão a mais e os converti de maneira muito cautelosa, pois não queria deixar a vantagem escapar como na quarta partida. Após vencer a partida, Vivaldão e Felipe começam e me xingar e reclamar por eu ter pensado tanto para jogar um final daqueles. Realmente o final era simples, mas os reflexos da quarta partida me assombravam e eu preferi garantir o ponto mesmo à custa de ter que aturar os dois "figurões”.

Antes que eu me esqueça, neste dia foi aniversário do Fernando Vicente VivaldÃO, nada mais justo do que jantar bem. O lugar escolhido pelo aniversariante do dia foi o restaurante Planeta, lugar onde o preço é salgado, mas a comida é realmente boa. Infelizmente não teve nada de bolo nem foto desse nosso jantar de comemoração, então vai ai uma foto de nós três na casa do Herman e mais uma vez um abraço ao VivaldÃO.




Ao chegarmos ao "Albergue”, fui conferir o emparceiramento e vi que enfrentaria o MF Bolivar Gonzalez. Não sei se alguém se lembra, mas eu já havia perdido este ano para ele em São Sebastião do Paraíso, e desta vez precisava pelo menos de um empate para não estragar de vez meu torneio. Após uma intensiva preparação contra a Najdorf fui para o CXSP confiante. Para a minha tristeza, Bolivar respondeu meu lance 1-e4 com 1...e6 e lá se foi toda a preparação por água abaixo. Eu realmente não vi a cor da bola na abertura e em determinado momento ele começou um ataque na ala da dama avançando seus peões para quebrar minha estrutura de peões (a2,b2,c3,d4,e5), enquanto eu fazia o plano padrão de pressionar na ala do rei e, especialmente nessa posição, jogar f5! Após jogar f4 e g4 eu tive uma espécie de surto e joguei g5?! com a idéia de jogar Tf3-h3 e Dh5 pra dar mate em h7, inocentes lances...





Obs.: Escolhi o tabuleiro e peças mais feias que encontrei pra simbolizar o meu xadrezinho!


Eu até joguei o Tf3 mas alguns lances depois já voltei para f1 porque minha ala da dama estava caindo toda! Minha posição era simplesmente horrorosa, mas o Bolivar acabou omitindo alguns lances de ganho e após 84 lances consegui um empate suado.
Aqui eu acrescentarei uma breve conversa entre Felipe e Vivaldão sobre o meu infeliz lance.

- O que ele quer com g5? - Vivaldão.
- Eu não tenho a menor idéia. - Felipe

Já o Vivaldinho que chegou durante a partida me disse:
- Mas não é com f5 que joga?

E recentemente o Eugenio disse:
- Onde já se viu jogar g5?

Acho que não é preciso dizer mais nada sobre essa partida, vamos em frente.

Na rodada seguinte eu esperava enfrentar alguém com rating mais baixo, mas para minha tristeza eu iria enfrentar alguém com rating bem mais alto que eu, Silvio Cunha com 2284. Mais uma vez, minha preparação consitiu em olhar algumas partidas que encontrei no chessbase e vi que contra a Scheveningen ele jogava com g3. Dei uma boa olhada e claro que ao jogar a abertura deu tudo errado! Aliás só teve uma preparação que encaixou bem. Ele jogou com Be2 e foi exatamente com esse lance que meu torneio foi por água abaixo. Não porque eu não conhecesse a linha, afinal essa é a linha clássica, mas pelo fato de eu jogar rapidamente e de maneira totalmente displicente e irresponsável. Após a troca padrão de cavalos em d4 (na linha que as brancas levam a dama pra g3) eu joguei d5 , ao invés de b5, praticamente ao toque (sabe-se lá o porquê) e perdi rapidamente!

Para finalizar o torneio, eu enfrentaria o André Salama precisando vencer para não perder rating. Mais uma vez joguei mal caindo em um final totalmente perdido de torre e cavalo contra torre e bispo com peões em ambas as alas e sendo que meu cavalo era dominado pelo bispo. A ponto de abandonar, vi que havia um "golpinho", um duplo que daria certo caso ele errasse. Para a minha sorte ele errou! Empate e meu desempenho final foi de 4,5 em 9 (+3-3=3).

Após a partida, fui convencido pelo Vivaldinho, Vivaldão e pelo Felipe a irmos a Liberdade (para quem não conhece é uma espécie de canto japonês em São Paulo) comer Miojo! Eu achei que eles estavam brincando, afinal quem cruza SP pra ir comer Miojo? Ao chegar à Liberdade me senti "em casa", quantos Japas! Ao chegarmos vimos que os restaurantes estavam fechados e acabamos cruzando a cidade pra comer na feirinha japonesa. Boa Vivaldão!

Como considerações finais, creio que apesar de ter jogado muito mal algumas partidas e ter perdido alguns pontos de rating, consegui o que queria, obter alguma motivação para continuar treinando e um pouco de férias! Gostaria de agradecer ao Vivaldão e ao Felipe que me hospedaram, ao Vivaldinho pelas conversas onde reclamávamos da vida, ao MI Herman pelo convite pro torneio e pelas horas agradáveis em sua casa e a todos os que torceram por mim e acompanham este blog.

Um abraço!
Marcel Utiyama

sábado, 6 de setembro de 2008

Torneio da amizade - Dia do aniversário- No chess!

E aí pessoal!

Bom, continuando do ponto onde parei na postagem anterior, no dia seguinte seria meu aniversário. Algo que me agradou muito na programação do torneio foi o fato de não haver rodada neste dia. Pensando no por que justamente seria este o dia livre, eu me lembrei que o MI Herman Claudius van Riemsdijk também aniversariava neste dia! O Mestre sabiamente colocou um descanso no dia do próprio aniversário afinal comemorar aniversário jogando xadrez ou organizando torneio não é a melhor coisa do mundo!


O que fazer então nesta data tão especial?
Nada melhor do que não fazer nada...

Pois bem, não fiz nada mesmo, passei longas horas comendo em frente a TV.

No meio da tarde um telefonema do MI Herman nos convidando para sua festa de aniversário mudaria um pouco a minha rotina de ociosidade.

Lá pelas 8 da noite, partimos Felipe, Vivaldão e eu, rumo a casa do Herman. Lá, figuras ilustres do cenário enxadrístico marcavam presença e o que vemos logo após adentrar a festa? Uma mesa... Um tabuleiro...


Mas que jogo é esse? Como joga? Só tem um tipo de peça? Cadê o xadrez?!

No decorrer da festa conhecemos o GM holândes Van der Wiel, sujeito bastante conversador e divertido. Outra figura no mínimo emblemática foi o famoso GM argentino Oscar Panno.

Felipe El Debs e Van der Wiel


Na hora do tradicional "Parabéns pra você", fui intimado a comparecer a mesa! Sim eu iria cortar o bolo junto com o Herman, tentei argumentar, mas minhas 22 velas já estavam sendo acesas. Não havia mais escapatória e eu teria que enfrentar a situação e a gozação depois, coisas do tipo:
-Tem gente que é cara de pau...

Brincadeiras a parte, a festa foi divertida. Foi realmente uma honra estar presente no aniversário de 60 anos desta figura única do xadrez brasileiro. Quero deixar aqui os meus agradecimentos pelo convite, pela comemoração conjunta e também pelo livro que recebi do mestre Herman "Xadrez, poesia em inocentes lances".

Parabéns e obrigado mestre Herman!

Só como observações finais:

Percebam que há peças de xadrez no bolo! Estas peças eram de chocolate e eu não resisti a tentação de literalmente comer um rei! Afinal porquê o certo é dar xeque-mate e não pode comer o rei?

Teve GM pegando sobremesa antes dos parabéns! Mas não citarei nomes, isso aqui está virando blog de fofoca?

Bom por enquanto é isso. Creio que só falta a última postagem desta série: "Inocentes Lances”.
Até +!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Torneio da Amizade - Primeira Parte






Saudações amigos enxadristas!

Após um longo tempo sem postagens, recebi um ou outro pedido para atualizar o blog, pois bem aí vão algumas postagens contando como foi meu "papelão".

Como sempre as dificuldades começaram antes mesmo da viagem para a cidade grande. No dia anterior a viagem uma torção no joelho quase me deixa fora do torneio, mas após uma consulta com o Dr. Leandro Leles (amigo enxadrista de longa data), que me receitou um anti-inflamatório, lá fui eu para a Grande São Paulo.

A situação ao chegar no terminal rodoviário não era das melhores, um tanto atrasado para o congresso técnico, com o joelho doendo, eu andava com dificuldades e para piorar não conseguia encontrar o Clube de Xadrez de São Paulo(CXSP). Após informações do amigo VivaldÃO e mais alguns erros, consegui finalmente chegar todo esbaforido. O Cristian (também conhecido por quinto elemento no blog do VIVALdinho) me informou que o congresso ainda seria feito!

O emparceiramento da primeira rodada logo saiu e eu vi que enfrentaria um jovem de São Paulo, Andre Celkevicius. O que chamava mais a atenção na lista de participantes, era a presença do GM Geovani Vescovi, e abaixo dele uma grande massa de MIs,MFs e alguns aspirantes a qualquer coisa que sobrasse.

No primeiro jogo após eu jogar uma Scheveningen, meu adversário jogou um plano de Be2-Bf3, o qual não deve ser a melhor opção para as brancas. Após algumas imprecisões de ambos os lados consegui alguma vantagem trocando o peão de d pelo de e, ativando o bispo de b7. Não sem emoções, consegui converter a minha vantagem. Um bom começo!

Após algum tempo esperando o jogo do Felipe acabar, fomos a casa do Vivaldão, um verdadeiro Albergue da Juventude, o qual me acolheu muito bem nos dias que lá estive. Após a janta e algum papo furado, vi que meu adversário do dia seguinte seria o MI Leandro Perdomo. Eu deveria preparar alguma coisa rapidamente pois a rodada do dia seguinte seria pela manhã.

Após uma olhada em algumas linhas do ataque Marshall fui rumo ao clube sozinho, é claro que eu nem esperava que o Felipe ou o Vivaldão acordassem as 10 da manhã. Nesta partida joguei dentro do famoso aquário, que é onde são realizadas as melhores partidas no CXSP. Aliás, esta foi a única vez que entrei no aquário pois o Perdomo rapidamente me mandou de volta ao meu lugar, que antes que alguém faça a piadinha, não é no andar de cima, mas a zona intermediária.

Pra não falarem que não comentei nada da partida, foi uma Ruy Lopez de brancas, a qual resolvi jogar sem h3. As pretas têm então a opção de jogar Bg4. Após as pretas jogarem um rápido d5, não joguei os mais precisos mas tinha uma boa posição. Mais algumas "barberagens" e acabei perdendo um peão e a partida.

Na terceira rodada, que seria no mesmo dia, eu enfrentaria o famoso Francemir da Barra de Ribeirão Preto. Mais uma vez, uma Scheveningen, e após uma confusão de planos por parte de meu adversário Bg5..Be2..Dd2.. f3.. O-O e culminando com g4? perdendo um peão, consegui vencer, marcando meu segundo ponto no torneio.

Francemir x Marcel



Para a quarta rodada, eu teria muito tempo para preparar pois a rodada seria somente no dia seguinte as 19:30. Após alguma pesquisa em vão a respeito do que meu adversário jogaria, resolvi preparar assistindo a série House! Aliás, meu maior vício era esse, além de várias horas desperdiçadas em frente a TV. Como resultado, uma das piores partidas do torneio! Após uma abertura no mínimo estranha, cheguei a uma posição muito ganha e o seguinte diálogo ilustra a posição:

- Mas que que você tá ganhando? Um peão?! - Alguém entre o Vivaldinho,Vivaldão e Felipe.
Eu ainda digo:
- E o par de bispos!

Com uma vantagem dessas não dá pra desperdiçar uma partida, mas capivara não tem garantia..
Poucos lances depois não vi uma manobra simples para tomar um dos bispos, não satisfeito em entregar parte da vantagem, entro em um final que não era claro se havia como vencer e....Após um plano ridículo de prender o cavalo do meu adversário cai em posição totalmente perdida, com todos os peões fixados em casa da mesma cor do meu bispo, com rei passivo, enquanto ele possuía rei ativo e um cavalo que poderia comer TODOS (sem exagero) os meus peões! Assim que começo a suar desesperado meu adversário(seria parceiro da pior partida?!) me oferece empate! Tudo isso só "embeleza" o xadrez!

Após escutar muita piadinha com relação a minha partida por parte dos meus companheiros de casa, fui dormir pensando no meu aniversário no dia seguinte, mas isso é assunto para uma próxima postagem!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Regionais Lins - Final!

Eis a última parte da saga...


Já começo reclamando, rodada as 9 da manhã! PQP! A gente dorme tarde, tem que acordar cedo e pra jogar xadrez?! Que enxadrista que se preze que gosta de jogar xadrez nesse horário? Para piorar, nessa rodada as coisas seriam decididas...

As meninas enfrentariam São Manuel e precisavam de uma vitória para ficar em segundo lugar. Otimismo para a vitória? Nenhum pouco! São Carlos já é conhecida pelo seu costumeiro pessimismo...Sempre aquela história de...
Eu vou perder...
Eu sou ruim...

E quando eu tento provar o contrário acaba sobrando pra mim...
Nosso técnico não ensina... %$*#@
Ninguém me ensina %$*#@...

Bom, lá fui eu tentar preparar alguma coisa para cada uma. Acabei dividindo a responsabilidade com meu irmão, enquanto eu ensinava minhas duas “subrinhas”(obs: é carinhosamente com u mesmo) Raíssa e Denise, ele ensinava abertura pra Mayra e um esqueminha para a Natália.

Preparar a Denise até que foi fácil e eis que resolvi usar parte da preparação dela para a Raíssa. Já meu irmão, após apanhar feio na Petroff, ensinou muito bem os “atalhos” da abertura para a Mayra, enquanto pra Natália ele ensinou um esqueminha bem interessante, baseado em jogar f5 contra peão de dama e depois seguir com e6, b6 etc etc.

Começa a rodada e eu já sou surpreendido logo de cara. Meu adversário que eu acreditava ser o Kildare na verdade seria o Carlos Alberto, sendo que no ano passado foram duas vitórias para ele, sendo que nas duas eu levava as brancas! Após alguns lances, fui conferir o que se passava no feminino...

Na mesa 4, vi que a preparação que fiz para a Raíssa, não funcionava contra uma certa ordem de lances. O triste foi ver isso apenas no tabuleiro do jogo que eu nem disputava e não podia fazer nada...A Raíssa ficou realmente mal, pois tentou seguir a preparação em uma posição diferente e o resultado foi desastroso, São Manuel 1 x 0 São Carlos....

Realmente o meu negócio deve ser sinuca e a frase “ Nosso técnino não ensina...” poderia ser reescrita...

” Nosso técnico não ensina....e quando ensina não ensina direito...”.

Enquanto isso na mesa 3 a preparação estava surtindo efeito, a Mayra tinha vantagem.
Já na mesa 2, a Denise jogava firmemente contra a Inara, e garantia um ponto para São Carlos. São Manuel 1 x São Carlos 1

Agora na mesa 1...Como eu havia dito, a Natália jogaria um esquema contra 1-d4, sendo que o primeiro lance era 1...f5!?. Imaginem minha cara quando eu passei na mesa e vi que o 1-d4 estava lá, mas que a resposta da Natália tinha sido 1...g5?. E o pior, esse peão ficou no ar ( “ A menina se recusou a comer o peão de g5” by Eugenius) a partida toda! A Natália continuou jogando e só percebeu o erro quando viu que um peão não estava “pertinho” do outro. A partida foi seguindo e a Natália por incrível que pareça não ficou tão mal na posição, mas g5 é g5...São Manuel 2 x 1

Restou apenas a partida da Mayra e mesmo que ela vencesse São Manuel seria segundo. Após um jogo muito bem jogado a partida terminou em empate. Devo ressaltar que esta partida foi na minha opinião a melhor que eu vi das meninas, e apesar de algumas imprecisões, as duas jogaram bem. A única partida que pode ser tão boa quanto essa, foi a da Denise contra a Daniele de Jaú, na qual as complicações táticas foram grandes, com golpe pra tudo quanto é lado.

Bom e o masculino?

Bem...as 9:00 a rodada começou e as 9:05 o alarme do celular do Eugenio tocou! Ele até tentou disfarçar mas não teve jeito. Naquele tumulto natural que acaba se formando, o Nelson foi conferir se o celular dele estava desligado e acabou religando-o! Ainda bem que na bagunça o barulho não foi notado...( Se percebessem seria a cena mais comédia pastelão do mundo!)

Restava aos restantes a tarefa de fazer dois pontos e empatar o match. Na mesa 1 o Nelson ficou melhor na abertura. Entretanto, na minha partida a igualdade mórbida reinava no tabuleiro e na mesa 4 o Rafael estava uma tanto quanto estranho. As partidas foram seguindo e eu não tinha mais como ganhar, a posição era quase um empate morto. Quando já estávamos indo para a terceira repetição o Rafael perdeu e após refletir alguns minutos, vi que não havia a mínima chance de vencer e repetimos a terceira. Como consolo, o Nelson preferiu continuar jogando e venceu. Santa Bárbara 2,5 x 1,5 São Carlos.

Mas que coisa, seria os santos deles mais fortes que o nosso? O que nos restava a fazer? Rezar? Reclamar da arbitragem?

Bom o resultado não foi o esperado tanto no masculino quanto no feminino, nos resta agora tentar tirar proveito desse “tombo”, corrigindo nossos erros e buscar um resultado melhor no ano que vem.

Para não acabar a postagem de maneira apenas triste, seguem algumas fotos dos guerreiros São Carlenses!

5 em 5! Confiança da equipe!


Não poderíamos esquecer dela, Ana Laura! Como jogadora de xadrez ela é Vice Campeã Mundial de Jiu-Jitsu(exclama!).


Precisa legenda? Da esquerda para a direita:
Celular, Japonês lindo, Ajeitador de peças e mais abixo...g5?!

Premiados, um pouco frustrados mas sorridentes!
Mhé?! Grande bixo!


Um abraço!
Marcel Utiyama

domingo, 20 de julho de 2008

Regionais Lins Parte III e IV

Saudações! Vou acelerar um pouco a história..

Como havia adiantado, neste dia acordei bem e como sempre muito cedo.Nós tínhamos que cumprir uma rigorosa rotina. Nossa rotina de treinamento consistia em uma rígida programação:

1.Acordar as 7 e 40 e tomar café da manhã

2.Jogar alguns pings e preparar alguma coisa
3.Comer as várias tranqueiras que nossa querida Denise levava
4. Ir a lan-house interagir na tentativa de preprar algo(o Nelson e Eugenio preferiam assistir o personagem Boça e o Gil Brother todo dia no youtube)
5.Almoçar
6. Jogar
7.Jantar e pingar.
8. Comer tranqueira e esperar a cerejinha do bolo...o Café da noite!

Como podem ver, nessa “rígida” rotina talvez tenha faltado um pouco mais de alimentação...

Nesta manhã a rotina foi exatamente a descrita acima, o pessoal do masculino tentava preparar algo e as meninas pediam pra gente ensinar algo. A tarefa delas era vencer a equipe de Santa Bárbara, que neste ano vinha reforçada pela Mariane Tavares (filha do Alfeu), uma verdadeira pentelha! O resultado foi apertado, 2,5 a 1,5, sendo que a Raíssa perdeu e a Mayra deixou a Mariane Pentelha escapar.

No masculino os confrontos seriam:
Nelson x Celso
Raphael x Marcel
Eugenio x Nickolas
Elias x Rafael

Eu jogando contra o camarada Raphael Alonso de pretas, joguei um tanto quanto não ambiciosamente e empatei. Alguns disseram que eu empatei covardemente...Bom, nada melhor do que empatar logo e deixar a bomba pro resto da equipe certo?! E realmente a bomba veio, os 3 perderam, 3,5 a 0,5 e lá fomos nós caindo pelas tabelas.

Voltando ao feminino, neste dia era aniversário da Mayra, mas o combinado era que ninguém falaria nada e a noite haveria uma festinha. Após o jogo, a Mayra estava um tanto quanto desanimada e somado ao fato de ninguém ter sequer “lembrado” do aniversário dela, a deixava um tanto quanto chateada. A surpresa veio a noite, após a janta, com a Denise sendo a organizadora de uma festinha regada a bolo e refrigerante. Um momento atípico em jogos.

No dia seguinte, enfrentaríamos Botucatu, que neste ano vinha reforçada com o MF Ivan Nogueira. Já no feminino, o confronto era com Bauru. As meninas venceram com facilidade, 3 a 1, sendo que a Natália foi a única que perdeu.

No masculino, o Rafael disse que preferia não jogar, ele estava desanimado com sua última partida e no seu lugar entrou o tal “japonês lindo”.

Como eu disse ele pode se parecer comigo, mas é só na aparência porque no xadrez...
Ele foi derrotado na Petroff em poucos lances! Sim, ele jogou bem mal, e isso com certeza é reflexo da inatividade, falta de ritmo. Já Eugenio venceu bem o Madarena e eu enfiei naquele lugar a partida com o Ivan (não vi o arremate e no ping fiquei perdido, pra não falar que ia levar mate forçado!) e o Nelson em posição algo inferior aceitou o empate proposto. Botucatu 2,5 a 1,5 São Carlos.

Fazendo as contas, percebemos que no confronto direto de um santo e uma santa, estaria o terceiro lugar do masculino livre dos regionais de Lins primeira divisão ( imaginem dizer isso de peito estufado?!). No confronto São Carlos e Santa Bárbara estaria em jogo o terceiro lugar e pelo que eu entendi a última vaga pros abertos.

Já as meninas enfrentariam São Manuel (quanto Santo!) e teriam que vencer para ficar com o segundo lugar. Mas a última rodada postarei separado para contar a tragédia São Carlense...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Regionais Lins - Parte II - Um dia ruim

Saudações! Continuando a saga...

No segundo dia a equipe masculina ficaria de Bye, já as meninas tinham que enfrentar a equipe de Jaú. O histórico recente deste confronto era amplamente favorável a Jaú, sendo que no ano passado foram dois confrontos com duas vitórias para elas (2,5 x 1,5 nos regionais e 3 x 1 nos abertos).

A nossa equipe passou por alguns problemas, e acabamos indo com apenas 4 atletas e este número reduzido de atletas fez com que nossa escalação fosse fixa. Já Jaú vinha bem renovada, trouxeram atletas do Sul para compor a equipe. Restava então preparar as meninas para o tão esperado confronto.

O problema é que neste dia acordei um pouco indisposto (parecia de inicio apenas frescura), foi se agravando, até que em determinado momento da manhã tive que parar de ensinar uma abertura para a Raíssa. A coisa estava ficando feia, eu sentia uma dor forte no estômago, mas fui levando e preparando as meninas


Na hora do jogo, me sentia mal, mas eu não ia jogar, esse problema eu resolveria depois. A maior preocupação era, como vencer Jaú?

Infelizmente, as preparações não surtiram o efeito esperado:


A Ana errou um lance cedo na abertura e depois se entortou toda.
A adversária da Denise não jogou o esperado.
A adversária da Mayra sacrificou especulativamente na abertura e lá se foi o rei da Mayra peregrinando pelo tabuleiro.
A Raíssa, bem essa acertou a abertura!

Os confrontos transcorreram bem animados, sendo que a Raíssa após conseguir uma posição superior, pendurou uma gorda peça! Jaú 1 a 0.

A Mayra ficou perdida após ser surpreendida pelo sacrifício, 2 a 0 Jaú.

A Ana realmente ficou muito torta na abertura, era uma espécie de defesa Francesa/Grunfeld (dá pra imaginar isso?), 3 a 0 Jaú.

Para salvar a nossa honra, a Denise venceu de maneira convincente! 3 a 1.

Infelizmente não foi um bom dia para São Carlos e lá se foi a chance do título.


Após a janta, a Ana Laura nos deixou, tinha compromissos estudantis em Sanca, em seu lugar apareceu a física Natália!

Após algumas lamentações, deitei em minha cama e vi que a coisa estava realmente SÉRIA! Para ajudar, além da mencionada dor de estômago, vieram juntas a febre e a dor de cabeça. Enquanto eu ficava apenas deitado e tomava alguns remédios, Eugenio e o meu irmão discutiam a minha herança! A briga maior era pelo meu celular... No meio disso tudo apareceu um fisioterapeuta (alguém se lembra dessa história ) que me recomendou algumas coisas do tipo:

- Tome bastante água, repouso, coloque um óculos ou uma toalha para proteger da claridade e caso você não melhore a gente te leva pra santa casa!(foto do paciente obediente). Obs: Por incrível que pareça eu acordei bem no dia seguinte!


Bom pra finalizar a postagem, chega de tristeza, vamos falar do bixo! Esse sim surpreendeu a moçada! Ele foi a mais perfeita definição de bixo que eu já vi. Fez coisas clássicas do tipo não levar chinelo, contar as peças fora do tabuleiro(sempre tem aquele maldito peão atrás do relógio!) e pra ser sincero, acho que ele levou todos os tipos de mate possíveis! Era só olhar ele jogando com o pessoal, era sempre posição de muito fumo! Fez algo inédito que era não saber que a duração dos jogos, levando roupa apenas para 2 ou 3 dias! Sacanagens a parte, ele é um cara esforçado que mesmo não tendo jogado contribuiu alegrando a moçada e com certeza esse campeonato foi um grande aprendizado para ele.


Um abraço a todos!
Continua..




sexta-feira, 11 de julho de 2008

Regionais Lins- Parte 1- Parecidos?! "Ajeitando peças"...

Saudações amigos!

Conforme prometido, começarei a contar um pouco da saga da equipe são carlense.

Chegando ao local de jogos, aquele clima de reencontros, surpresas e um pouco de mistério. Na nossa equipe nenhuma surpresa, apenas o fato de jogarmos pela primeira vez no livre. Na verdade havia uma surpresa, São Carlos tem dois Marcels?

É há quem diga que eu e meu irmão somos parecidos, mas sobre isso talvez algumas fotos possam ajudar a esclarecer o mau entendido..

Só para esclarecer essa foto: Em determinado dia, enquanto esse ser ai passeva pela cidade, ele escutou: O japonês é lindo!(?!). Também os acompanhantes dele eram Eugenio, Rafael, Nelson...e o bixo!
Já para o japonês de baixo, segundo fontes duvidosas, foi dito:
Aquele professor é mais feio que o Carlão!(Exclama!) Vai saber quem é o Carlão, mas tomara que o cara seja bonito! haha

Agora quem acha que se parece eu digo:

- É só na aparência. ( Obs: isso é o contrário do que o Eugenio disse quando comparado ao Felipe, na ocasião ele disse que a similaridade era só no xadrez!(Exclama de novo!).

Tirando estas pequenas confusões, havia a grande bagunça deste novo regulamento, aliás, alguém entendeu?

Quantas equipes se classificam? Primeira e segunda divisão? Cidade campeã classificada? Cidade jogando na primeira divisão e pontuando na segunda?

Resumindo se alguém entendeu perfeitamente e quiser me explicar eu agradeceria..

As mudanças fizeram com que duas equipes fossem campeãs da segunda divisão sem sequer disputar uma partida, e fez com que todas as categorias fossem disputadas no sistema schuring.

O masculino foi então emparceirado contra a tradicional equipe de São Manuel que para nossa surpresa não contava com o MF Ivan Nogueira. Já a equipe feminina enfrentaria uma equipe nova, Lençóis Paulista.

Minutos antes do match, os rapazes como sempre descontraídos, e as meninas um tanto quanto nervosas. Eu tento acalmá-las, mas acho que não sou o melhor para esse tipo de coisa, mas enfim elas fazem o dever de casa, 4 a 0 com direito a uma difícil vitória da Ana por W-O!

Já no masculino as coisas foram decididas no finalzinho. Só depois de mais de duas horas de jogo o primeiro jogo foi decidido. Eugenio vence e marca 1 a 0 para nós. O resto vai tudo para o ping, eu consigo vencer, o Rafael consegue achar um perpétuo contra o Paulo Nicolini e na mesa 1...

Bem essa merece um parágrafo separado. Nelson jogava de pretas e sofria um ataque um tanto quanto duvidoso. No tabuleiro era possível ver o rei de seu adversário em e1 e alguns peões avançados na ala do rei. Em determinado momento Nelson me diz que estava mal mas tinha conseguido "ajeitar as peças". Após algumas trocas, o sãomanuelino se apurou demais no tempo, no desespero derrubou algumas peças e ao arrumá-las o cavalo do Nelson que estava em d5 foi parar em d4! Logo em seguida esse magnífico cavalo foi trocado por um biso em e2. A partida seguiu e após a seta cair, o sãomanuelense(as duas formas são possíveis segundo a desciclopédia!) alegou que o Nelson jogou para ganhar no tempo. O juiz não caiu na dele...eu creio que essa alegação foi um tanto quanto desesperada, no calor do jogo, pois o Nelson tinha uma peça a mais ("ajeitada"?!) e um plano de ganho. Fim do match São Carlos 3.5 a 0.5 em São Manuel. Uma bela estréia!

O que me impressionou nessa rodada foi o fato de nenhum dos dois terem percebido que o cavalo tinha sido “ajeitado” na casa errada e para piorar, na partida da Mayra contra a menina de Lençóis. A Mayra jogou Bxa7 (com direito a batida de peça) e o pobre peão de a6 andou uma casa para a frente, indo parar em a5. Nenhuma das duas percebeu, e isso só foi notado mais tarde pelos comentaristas...

Um pouco de fatos divertidos:

No alojamento São Carlos tem uma figura singular chamada “Foca”. Ao chegarmos no alojamento ele já deu uma bronca no meu irmão pensando que era eu! Pouco mais tarde, ele reclamou do bixo (Lucas esse divertiu a moçada!), dizendo que estávamos tomando banho muito tarde!

Quem não se lembra da célebre frase do “patrão foca”, que ao abrir a porta de nosso quarto e ver o povo jogando baralho disse:

- Mas peraí é xadrez ou baralho? Se for baralho eu vo apaga a luz...

Bom é isso!
Em breve as demais rodadas!